ABSTRACT
Nascer no Cerrado, bioma que ocupa um quarto do território brasileiro, moldou os rumos da vida de Lucas Ninno, fotógrafo e explorador da National Geographic. Desde pequeno, ele se aventura entre rios, cachoeiras, paredões e árvores tortas da savana que cobre a região central do país. Crescer em uma família apaixonada pela natureza fez com que, ao se tornar fotógrafo, sua câmera se transformasse em mais do que um instrumento de trabalho: ela virou uma aliada para explorar, aprender e preservar o mundo que sempre esteve ao seu alcance, no quintal de casa.
O cerrado é, na definição de Ninno, o bioma da resistência. Evoluiu convivendo com o fogo e o calor, mas também com o frio e as tempestades. Crescendo num solo arenoso, rochoso, com poucos nutrientes, sua flora se adaptou às pressões e deu a este ecossistema a maior biodiversidade de plantas entre todas as savanas do mundo. Foi vagando por essa paisagem, observando a grandeza da vida de pequenos e grandes seres, que Ninno se deu conta que a fotografia, além de contar uma história, é uma poderosa ferramenta de educação.
Assim como o Cerrado ensina a resistir e florescer, a relação afetiva com o ambiente pode transformar a sala de aula em um espaço de descoberta e inspiração. Levar histórias da natureza para os jovens — seja por meio de imagens, conversas ou vivências — tem o poder de cultivar a curiosidade, o respeito e a vontade de preservar. Afinal, é no cruzamento entre conhecimento e afeto que nascem as mudanças mais profundas, tanto na vida de um indivíduo quanto na de um bioma inteiro. |